quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A volta do Tarumã

Será o recomeço de momentos de glória para o voleibol paranaense? Os três jogos amistosos entre Brasil e Polônia em Curitiba trazem duas grandes expectativas aos paranaenses. A primeira é se o Ginásio Almir Nelson de Almeida, conhecido como Ginásio do Tarumã, terá condições a partir de agora de receber grandes eventos esportivos e reviver momentos marcantes para o esporte paranaense. A segunda é se o voleibol do Paraná, que detém os maiores ícones do voleibol mundial, retomará lugar de destaque após figurar no calendário de visitas da Seleção de Bernardinho.

Para o Tarumã o dilema é saber se a política governamental irá mudar com a troca do comando do Estado, a quem pertence a administração do Ginásio que está em desuso desde que a equipe feminina do Rexona deixou a cidade, em 2004. Neste período de seis anos, nenhum evento de grande porte foi realizado no local, e o Ginásio ficou entre 2006 e 2009 interditado por falta de segurança em sua estrutura que completa , a praça esportiva esteve interditada por falta de segurança na sua estrutura. No ano passado iniciou-se um projeto de reformas que ainda está em andamento.

Inicialmente, o antigo telhado de madeira, original desde a inauguração, em 1965, foi remodelado. Para receber o time de Ber­nardinho, saídas de emergência foram criadas, os vestiários reformados e o piso da quadra arrumado.

Por outro lado, a notícia que frustra organizadores que a capacidade do Tarumã foi reduzida. Em outras épocas, oito mil pessoas lotavam o Ginásio no tempo do Rexona. Hoje, o novo laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros é para apenas cinco mil pessoas. Além disso, outras melhorias ainda carecem de investimento.

Talvez pela falta de uma praça de esportes adequada que o Paraná não esteja na rota dos grandes eventos, principalmente da Seleção Brasileira de Voleibol. A última vez que o Brasil jogou aqui foi em 1997, quando enfrentou o Japão pela Liga Mundial, em 1997. Época em que o astro paranaense Giba – atual capitão da equipe – era apenas uma revelação que ganhava as primeiras oportunidades do técnico Radamés Lattari.

“Naquele tempo o Brasil jogava direto aqui”, comenta Arnaldo Ribeiro de Lima. Gerente administrativo do Almir Nelson de Almeida desde 1987, ele viveu momentos de glórias do vôlei no local. “Estava aqui no Sul-Americano de 1989, no Mundial da Juventude [no mesmo ano] e no Mundial [adulto] de 1990”, recorda.

No Sul-Americano de 89, o Brasil, dirigido por Bebeto de Freitas, venceu a Argentina na final, em uma virada histórica, por 3 sets a 2. No ano seguinte, tradicionais seleções como Estados Unidos (então bicampeões olímpicos), França e União Soviética formaram com a Venezuela uma das chaves do Mundial no ginásio.

“Foi no Sul-Americano que começou uma revolução. Da geração de prata (1984), só o Carlão ficou e um time renovado conquistou o título”, lembra Neuri Barbieri, presidente da Federação Paranaense de Vôlei, sobre o time de Maurício, Giovane e Tande, que conquistaria a medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona, em 1992.

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